Está com dor no quadril? Este artigo vai te ajudar a entender as principais causas da dor e opões de tratamento.
A articulação do quadril é sem dúvida nenhuma uma das mais importantes articulações do nosso corpo. Ela é quem faz a ligação entre os membros inferiores e o tronco.
Trata-se de uma articulação complexa e grande, com um formato “bola – soquete” e que faz grandes movimentos em variados planos.
Seu formato anatômico é responsável por manter uma estabilidade considerável, porém a quantidade de estruturas que a compõem, a quantidade de movimentos que ela realiza e a carga que ela é responsável por suportar, a tornam bastante suscetível a lesões.
Muitas pessoas em diversas fases da vida podem desenvolver dores na região do quadril, mas quais são as possíveis causas?
Para que possamos destrinchar sobre essas possíveis causas, é importante falarmos um pouco sobre a anatomia dessa articulação.
Localizado na região intermediária do organismo, o quadril, também chamado de bacia, é constituído pelo osso da pelve, o qual é resultante da união de dois ossos ilíacos, sacro e cóccix.
O quadril permite a passagem do plexo lombossacral, no qual passam nervos para inervação das extremidades inferiores do corpo.
Aqui há diferenças entre os sexos: embora os ossos sejam os mesmos entre homens e mulheres, nas mulheres, os ossos são mais largos e maiores do que nos homens. Isso é devido à possibilidade das mulheres terem filhos e essa estrutura ter que suportar a passagem de uma criança.
A articulação do quadril, a qual recebe a cabeça do fêmur, é do tipo bola-soquete e essa região recebe o nome de acetábulo. Essa articulação é do tipo sinovial e recebe o reforço de fortes ligamentos e cápsula.
Os ligamentos mais importantes dessa região são o ligamento anular do quadril, acetabular transverso, iliofemoral, pubofemoral e isquiofemoral.
Nessa região do acetábulo, há também uma cartilagem que faz com que a relação entre cabeça do fêmur e acetábulo seja suave.
Em relação à musculatura da região, os músculos importantes são: musculatura glútea, com glúteos máximo, médio e mínimo, junto com tensor da fáscia lata; músculos internos do quadril: ilíaco e pessoas maiores e menores, além dos adutores. Muitos outros músculos compõem a articulação, mas esses são os principais no quesito movimento e estabilidade.
Agora que já temos uma base em relação a anatomia articular, podemos com mais clareza falar sobre as principais causas de dores no quadril.
Síndrome do impacto femoro acetabular
A dor na região do quadril, mesmo pequena, pode indicar que haja síndrome do impacto femoroacetabular no paciente.
A síndrome do impacto femoroacetabular é uma patologia que envolve deformidades seja na cabeça do fêmur, seja no acetábulo ou em ambos.
Existem três tipos de impacto femoroacetabular.
1 – Tipo CAM
Nesse tipo, o colo do fêmur não é totalmente acinturado, portanto, não consegue realizar movimentação suave no acetábulo, resultando em proeminências e calosidades ósseas. Um alargamento dessa estrutura que provoca um impacto precoce durante os movimentos do quadril. Com isso, há danos na cartilagem da borda do acetábulo.
Esse tipo é mais encontrado em homens, entre 20 e 30 anos.
2 – Tipo Pincer
Ocorre quando há excesso de osso na borda do acetábulo, um aumento na superfície articular que também gera um contato precoce durante a movimentação e muitas vezes pode provocar esmagamento do labrum e dor. Esse tipo de impacto é mais encontrado em mulheres, de 30 a 40 anos de idade, que realizam atividades com grande amplitude de movimento.
3 – Misto
É o tipo mais comum, presente em mais de 80% dos casos e ocorre quando há problemas tanto no colo do fêmur quanto no acetábulo.
A dor costuma não ser localizada. Embora o problema esteja na articulação do fêmur com o acetábulo, essa é uma região profundamente inervada. Portanto, a dor pode irradiar para glúteos, virilha e até joelhos.
Além disso, os pacientes com síndrome do impacto femoroacetabular costumam apresentar dificuldades na execução de alguns movimentos, como sentar ou cruzar as pernas. Dor na lateral da coxa também pode estar presente.
Tendinite de glúteo
Dentre os tendões que compõem a articulação do quadril, os de maior destaque são os do glúteo. Glúteo médio, máximo e mínimo são os principais estabilizadores e os grandes responsáveis por realizar ou auxiliar em quase todos os movimentos.
A tendinite de glúteo é uma patologia que pode afetar atletas e pessoas que não praticam esporte. Seu principal sintoma é a dor ao caminhar, que pode ou não irradiar para as pernas, podendo ser uma patologia bastante debilitante.
A dor na lateral do quadril é bastante frequente, atingindo cerca de 2 a cada mil pacientes, sendo o grupo mais afetado o das mulheres acima de 50 anos.
Essa patologia está também frequentemente ligada a atletas que movimentam bastante as pernas, tais como corredores e ciclistas, mas também pode estar presente em idosos devido ao desgaste da articulação.
Os principais sintomas são:
Dor na região do quadril ao caminhar;
Dificuldade de movimentação das pernas;
Dor que irradia para as pernas;
Dor na virilha;
Câimbras nas pernas, sobretudo após longo período de descanso;
Dor à palpação da região trocantérica;
Dificuldade de caminhar ou praticar exercícios como corrida ou ciclismo, caracterizando limitação funcional.
A principal causa da tendinite do quadril está relacionada ao desequilíbrio e fraqueza muscular, levando a uma biomecânica errada do movimento, sobrecarregando a região.
Muito comum em pessoas acima de 65 anos, trata- se do desgaste da articulação do quadril.
Pode ou não estar acompanhada de pequenas formações ósseas popularmente conhecidas como bicos de papagaio e que nada mais são do que uma tentativa do nosso corpo de aumentar a superfície articular diante da instabilidade que esse desgaste promove.
O principal sintoma da artrose de quadril é a dor, localizada na região da virilha. Mas o paciente pode relatar outros sintomas como dificuldade de realizar movimentos simples, como abaixar ou se flexionar, bem como rigidez articular e crepitação.
Outros sintomas são dor na região das nádegas e a dor pode estar presente mesmo após um período de repouso, sobretudo à noite.
A dificuldade de realização de atividades simples como andar, subir escadas, sentar-se ou cruzar as pernas, está presente em casos de coxartrose.
Como a coxartrose é uma doença progressiva, os sinais e sintomas também tem evolução progressiva, ou seja, podem iniciar-se de maneira bem suave e pouco limitante, mas evoluir para intensos e muito limitantes.
Assim, os primeiros sinais da coxartrose incluem rigidez articular, que inicia-se incomodando mais pela manhã, mas tende a desaparecer no decorrer do dia. Nesses casos, a limitação de movimento é bem pequena.
Com o passar do tempo e a evolução da doença, o comprometimento articular também aumenta e, com isso, a rigidez passa a ser maior e tende a não desaparecer no decorrer do dia. Inclusive, a dor pode até irradiar para outros locais, como a coluna lombar, por exemplo.
O repouso já não ajuda mais a melhora do quadro e o paciente começa a sentir dor em qualquer local ou posição, sentindo-se bastante incomodado inclusive deitado ou parado.
Bursite é um problema que surge devido a inflamação da bolsa sinovial, cuja função é amortecer, e auxiliar no deslizamento dos tecidos e sua nutrição.
Em geral, essa afecção surge pelo uso excessivo e crônico das articulações, mas também pode advir de outras causas como um problema adjacente, como traumas ortopédicos, processos reumatológicos, e outros.
Os sintomas mais comuns que podem ocorrer durante uma bursite no quadril são:
Dor na região lateral do quadril que pode aumentar de intensidade quando se está muito tempo de pé ou deitado de lado;
Dor ao toque;
Inchaço;
Dor que irradia para a coxa.
O que esperar da fisioterapia para dores no quadril?
Sua primeira visita à fisioterapia para dor no quadril começará com uma avaliação inicial. Esta visita é importante para garantir o diagnóstico correto e o tratamento adequado. Durante esta visita, o fisioterapeuta irá entrevistá-lo para coletar informações sobre a história do seu problema, os fatores agravantes e de alívio e sobre qualquer histórico médico anterior que possa contribuir para o problema geral.
Após a avaliação inicial, você e seu fisioterapeuta poderão iniciar um plano de tratamento para seu quadril. O terapeuta pode usar agentes físicos como calor ou gelo para ajudar na inflamação.
Tratamentos com calor ou gelo podem ser bons, mas o engajamento ativo em seu programa de fisioterapia por meio de exercícios provou ser o melhor tratamento para a dor no quadril.
Exercícios para melhorar a força ou mobilidade do quadril podem ser prescritos por seu fisioterapeuta. Você também pode ter que fazer exercícios em casa todos os dias como parte de um programa de reabilitação.
Os exercícios para melhorar a mobilidade ou a força do quadril são importantes para mantê-lo saudável. Exercícios simples realizados uma vez ao dia são uma boa maneira de manter os quadris funcionando corretamente.
Conforme a dor no quadril melhora, o fortalecimento avançado do quadril pode ser outra opção para maximizar a função do quadril.
Mensagem Final da Cure Fisioterapia
O quadril é a principal articulação que sustenta o peso do corpo e é responsável por muitas atividades funcionais, como caminhar e correr, sentar e ficar em pé e subir escadas. A dor no quadril pode limitar suas atividades normais.
Ao manter os quadris fortes e com mobilidade, a dor no quadril pode ser rapidamente eliminada e pode ocorrer um rápido retorno à atividade normal.
Não deixe de iniciar a avaliação das dores no quadril de forma precoce para ter melhores resultados.
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