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Fraturas Articulares de Joelho

Fraturas Articulares de Joelho

O joelho é considerado uma das mais complexas articulações do corpo humano. Composto pela extremidade distal do fêmur, extremidade proximal da tíbia, osso patelar, ligamentos, meniscos e inserções musculares, quando há fraturas articulares de joelho, é necessário o diagnóstico preciso, bem como tratamento adequado, para que a mobilidade do paciente não sofra.

De fato, lesões no joelho sempre demandam preocupação, pois, não somente a mobilidade do paciente fica reduzida, como também geralmente traumas e lesões graves demandam cirurgia e longo tempo de recuperação.

Causas de fraturas articulares de joelho

A principal causa de fraturas envolvendo o joelho são relacionadas a traumas. Assim, acidentes automobilísticos, bem como traumas causados por lesões esportivas são ranqueadas em primeiro lugar como causas de fraturas articulares de joelho.

Dessa forma, quando ocorre um trauma no joelho, as estruturas mais susceptíveis à fratura são:

  • Patela;
  • Côndilos femorais;
  • Plato tibial;
  • Eminência intercondilar da tíbia;
  • Tuberosidade da tíbia.

Outras causas também podem ser relacionadas a osteoporose, em pacientes com mais idade, por exemplo. Nesses casos, uma simples queda pode resultar em fratura das estruturas ósseas relacionadas ao joelho.

Tipos de fraturas articulares de joelho

Conforme a incidência da força, geradora do trauma na região do joelho, a fratura pode se apresentar em diferentes tipos.

Assim, pode-se estabelecer quatro tipos de fraturas ósseas, envolvendo o joelho, descritas a seguir.]

Oblíqua

Fratura na qual o osso sofre uma pequena rachadura, mas não há distanciamento das partes. Ou seja, o osso não chega a estar quebrado completamente.

Cominutiva

Nesse tipo de fratura, o impacto resulta em o osso quebrado em mais de dois pedaços, com distância entre eles.

Fratura espiralada

Quando a fratura se estende para diferentes partes do osso, criando múltiplas rachaduras em espiral.

Fratura exposta

Quando o osso rompe a camada de tecido sobre eles, sendo “exposto” ao ambiente.

Em relação ao tipo de impacto e ao osso envolvido na fratura

Pode-se classificar a fratura também em relação ao tipo de impacto sofrido em impactos diretos ou indiretos.

O osso patelar, por exemplo, quando atingido por impacto direto, tem grande possibilidade de sofrer fratura. É o que ocorre em acidentes automobilísticos ou em um passo em falso, ou ainda, resultando de uma queda sobre o joelho fletido.

Já a tíbia, quando ocorre um trauma direto sobre sua porção superior, como em casos de acidentes envolvendo bicicleta, há risco elevado de fratura. Ainda relacionado à porção superior da tíbia, a fratura da tuberosidade da tíbia, ocorre de forma mais comum durante esportes, como ginástica ou handebol, por exemplo.

Por último, fraturas do platô tibial, uma região também localizada na porção superior da tíbia, mais próxima ao joelho, é uma região bastante comum de fratura em acidentes. É também uma região constantemente fratura em pacientes idosos, em quedas ou então, em pacientes com osteoporose e que têm dificuldades de suportar o próprio peso corporal.

Grupos de risco

Existem determinados pacientes que apresentam risco mais aumentado de sofrerem fraturas articulares de joelho.

Dentre esses grupos, podemos citar motociclistas. De fato, trabalhadores que usam motocicletas como veículos integrantes de seus trabalhos apresentam risco elevado de sofrerem fraturas de joelho, bem como de outros ossos também.

Dados mostram que em 2020 houve 171 óbitos de motociclista em São Paulo. Durante o período inicial da pandemia, esse número saltou 87,9% em relação a 2019. Portanto, acidentes com motociclistas em São Paulo são frequentes e podem levar a fraturas e também a óbitos.

Praticantes de esportes de alta intensidade, como ciclistas, também estão no grupo de risco para sofrerem fraturas articulares de joelho. Outros esportes que podem levar a traumas nas articulações, como lutas, por exemplo, também apresentam maior risco de resultarem em fraturas ósseas.

Idosos também representam grupos de risco para fraturas de joelho. Isso porque, com o passar da idade, as estruturas articulares apresentam-se com maior desgaste. Além disso, muitos idosos também sofrem com osteoporose, o que faz com que a estrutura óssea fique mais frágil, aumentando o risco de fraturas.

Indivíduos com luxação, artrose e outras doenças que afetam as articulações também apresentam maior fragilidade nas estruturas articulares, aumentando, assim, o risco de fratura.

Pessoas sedentárias e obesas também representam grupos de risco para fraturas de joelho. Isso porque o excesso de peso sobre o joelho afeta a articulação, pois, aumenta a carga recebida pela articulação.

pessoas que não praticam esporte de maneira regular acabam tendo suas articulações enfraquecidas e abaixo do potencial.

Por último, pessoas que consomem álcool e tabagistas também apresentam maiores riscos de fraturas articulares.

Sintomas

Os principais sintomas relacionados a fraturas articulares de joelho são a dor, o edema e a mobilidade reduzida, após o trauma. Dependendo de como foi o trauma, a fratura no joelho é bastante visível e não há dúvidas sobre o diagnóstico. Já algumas outras fraturas são mais difíceis de serem diagnosticadas sem exames de imagem.

Outros sintomas também podem estar presentes, tais como rigidez, por exemplo.

No caso de fraturas maiores, é nítido a movimentação óssea e derramamento de líquido na região da fratura.

Dependendo de onde é a fratura, os sintomas variam. Por exemplo, caso haja fratura na região patelar, o paciente não consegue estender o joelho e sente dor em toda a região da articulação.

Já se a fratura ocorre na região tibial, no platô tibial, por exemplo, a dor também pode estar relacionada à ruptura de ligamentos.

Por sua vez, se ocorre fratura na região do fêmur, a redução de mobilidade pode se estender até o quadril, notando-se edema na região média do osso, entre a coxa e o joelho.

Diagnóstico

Para diagnóstico de fraturas articulares de joelho, é essencial a avaliação por um médico ortopedista.

Para isso, o médico ortopedista avaliará fisicamente o paciente e contará com a ajuda de exames de imagem, essenciais para diagnóstico de fraturas.

A radiografia é o exame de imagem mais comumente solicitados, mas em casos mais graves, outros exames de imagem, como a ressonância magnética e a tomografia computadorizada, por exemplo, também podem ser solicitados.

Ressonância magnética é considerada o exame padrão ouro para verificação de tecidos moles e ligamentos. Já a tomografia computadorizada é excelente para verificação das estruturas calcificadas, como os ossos.

Tratamento de fraturas articulares de joelho

O tratamento de fraturas articulares de joelho vai depender do tipo de fratura e do grau de comprometimento articular.

Tratamento conservador

Portanto, no caso de fraturas pequenas, o tratamento pode ser conservador, baseando-se em imobilização da articulação e fisioterapia.

Nesses casos, o paciente terá o joelho imobilizado com gesso ou talas ortopédicas por até seis semanas. Durante esse período, é importante que o paciente faça sessões de fisioterapia, que também continuarão após a remoção da tala.

Assim, o paciente ganhará mobilidade articular.

Enquanto isso, a dor e o edema poderão ser controlados com medicação analgésica e anti-inflamatória. Outras ações fisioterápicas, como aplicação de laser, por exemplo, também ajudam a minimizar a dor e a quantidade de medicação necessária, pois estimulam a reparação e minimizam a inflamação local.

Cirurgia

Fraturas mais complexas podem necessitar de cirurgia. Nesses casos, a cirurgia pode ser feita de maneira artroscópica.

Na artroscopia, pequenas incisões são feitas no joelho e através delas, são inseridas câmera e instrumentos necessários para a cirurgia em si.

Em alguns casos, podem ser necessários pinos ou placas para fixação das estruturas ósseas fraturadas.

No caso de fraturas expostas, a cirurgia é mais complexa. Nesses casos, o cirurgião ortopédico necessita limpar a porção óssea exposta, lixar e reposicionar o osso de maneira adequada.

Para isso, são utilizados pinos e placas de material biocompatível, como titânio ou aço cirúrgico, por exemplo. O tempo de recuperação desses pacientes também é maior.

Após a cirurgia, o joelho ficará imobilizado e o paciente seguirá para sessões de fisioterapia, para ganhar, aos poucos, amplitude de movimento adequada.

Pós-operatório

Durante o período pós-operatório de uma fratura articular de joelho, o paciente poderá ficar com o joelho imobilizado e iniciar as sessões de fisioterapia já no hospital, ou após um determinado período, conforme o caso.

A movimentação do corpo, realizada com apoio do fisioterapeuta é importante para evitar a trombose venosa profunda.

Após a cirurgia, o retorno para casa deve demorar de 2 a 3 dias, caso o paciente não apresente nenhum sinal de infecção. Além de analgésicos e anti-inflamatórios, antibióticos também são prescritos quando há manipulação óssea.

Assim, já com alta, o paciente fará de 2 a 3 sessões de fisioterapia por semana, para aos poucos, retornar à sua mobilidade articular original.

Em caso de praticantes de atividade física, o retorno ao esporte pode demorar alguns meses após a fratura.

Prevenção de fraturas articulares de joelho

A prevenção de fraturas é sempre a melhor opção, portanto, no caso de fraturas articulares de joelho, algumas ações previnem a ocorrência de fraturas.

Para motociclistas, sempre que possível, evitar o excesso de velocidade e manobras bruscas no trânsito, minimizando o risco de acidentes. É importante também sempre usar o equipamento de proteção individual.

O mesmo vale para a prática de esportes como ciclismo.

Manter-se no peso ideal e ter uma dieta saudável também é igualmente importante. A prática de atividade física regular também contribui para o fortalecimento muscular e minimiza o risco de lesões ligamentares com pequenos traumas.

Não fumar e investir em sessões de fisioterapia, sempre que dores no joelho forem diagnosticadas.

Prevenção de quedas com idosos

No caso de idosos já com diagnóstico de artrose, também contribui para minimizar o risco de fraturas articulares.

Ainda sobre idosos, algumas medidas de segurança são importantes:

  • Usar sapatos adequados, com solado de borracha;
  • Ter barras de apoio no banheiro, para apoiar-se durante o banho;
  • Em caso de sobrados, ter o quarto no andar térreo, evitando subir e descer escadas constantemente;
  • Não ter tapetes em banheiros, salas e quartos, visto que tapetes aumentam o risco de quedas;
  • Evitar ter móveis com pontas, que podem causar traumas nos joelhos;
  • Usar apoiadores, caso a mobilidade já seja reduzida.

  1. Questões sobre fraturas articulares de joelho
    1. 1 – Todas as fraturas articulares de joelho necessitam de cirurgia?

Nem todas. Há fraturas que podem ser tratadas de maneira conservadora, sem a necessidade de cirurgia. Tudo depende de como foi a fratura, o tipo e o comprometimento das estruturas.

  1. 2 – Qual o tempo de recuperação para uma cirurgia de fratura de joelho?

Depende do tipo de fratura. Em geral, fraturas simples costumam ter tempo de recuperação em média de 2 a 3 meses. Mas, dependerá muito do paciente, do tipo de fratura e como é a saúde do paciente. Quanto mais grave o trauma, maior o tempo de recuperação.

Geralmente, pacientes com mais idade ou que já possuem comorbidades costumam ter recuperação mais demorada do que pacientes mais jovens, sem comorbidades.

  1. 3 – Por que preciso fazer fisioterapia após a cirurgia de fratura de joelho?

A fisioterapia é parte integrante do tratamento de fraturas articulares de joelho. Assim, em alguns casos, a fisioterapia inicia-se ainda no hospital. Depois, com a alta do paciente, sessões são necessárias para que o paciente consiga retornar a movimentar o joelho como fazia antes do procedimento cirúrgico.

Inicialmente, se opta por 2 a 3 sessões semanais, até que o paciente já consiga fazer movimentos e depois, as sessões podem ficar semanais, conforme a evolução do quadro.

O fortalecimento muscular também é necessário, pois, devido à imobilização do joelho, a tendência é a musculatura da coxa ficar bastante enfraquecida. E essas são questões trabalhadas pela fisioterapia após o paciente ter alta da cirurgia.

  1. 4 – Quem teve fratura de joelho pode voltar a praticar esportes?

A prática de esportes é sempre recomendada, mas quando e que tipo de esportes você está liberado(a) para fazer dependerá da avaliação do médico ortopedista.

  1. 5 – Quem teve fratura de joelho precisa usar prótese de joelho?

As próteses de joelho substituem partes da articulação do joelho, como o osso patelar, por exemplo. Não é uma indicação de prótese de joelho para quem teve fratura da patela. É necessária a avaliação do caso, mas geralmente a reparação óssea é possível, sem a necessidade de substituição por uma prótese de joelho.


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