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Lesões Ortopédicas Mais Comuns Em Tenistas

Os tenistas estão sujeitos ao desenvolvimento de muitas lesões. De fato, as lesões ortopédicas mais comuns em tenistas envolvem, sobretudo, ombro e cotovelo.

Embora as lesões nos membros inferiores e quadril também podem afetar os tenistas, geralmente, as lesões ortopédicas mais comuns afetam o braço e as articulações dos membros superiores.

Isso se deve à repetição dos movimentos, por parte do tenista, bem como à necessidade de colocar força na repetição desses movimentos, quando bate na bola com a raquete.

Mas, quais seriam as lesões ortopédicas mais comuns em tenistas? Como diagnosticá-las e como são os tratamentos de cada uma delas? É sobre isso que falaremos, confira!

Quais são as lesões ortopédicas mais comuns em tenistas?

1 – Epicondilite lateral

Também conhecida como cotovelo do tenista, a epicondilite lateral é a lesão ortopédica mais frequente em praticantes de tênis.

Popularmente conhecida também como tendinite do tenista, a epicondilite lateral é caracterizada por dor no epicôndilo lateral, ou seja, na face lateral do cotovelo.

Nesse local, inserem-se um total de 6 tendões, por isso, a tendinite nessa região é bastante dolorosa e acaba interrompendo os treinos de tenistas.

Porém, essa patologia, embora sendo conhecida como cotovelo do tenista não é exclusiva dos praticantes de tênis, podendo afetar outras parcelas da população. De fato, apenas uma parcela dos pacientes que desenvolvem epicondilite lateral são praticantes de tênis.

Dessa forma, pessoas sedentárias, que têm a tendência a dormir com a mão fechada, praticantes de atividades que necessitam do movimento de supinação do braço, como carpintaria, por exemplo e até indivíduos que digitam muito podem ter tendência a desenvolver a doença.

Os sintomas se resumem à dor na região do cotovelo, que se irradia à musculatura da região inferior do braço e punho. Assim, atividades comuns como escovar os dentes ou pentear os cabelos podem ficar bastante prejudicadas devido à dor.

Diagnóstico

O diagnóstico da epicondilite lateral envolve o exame físico do cotovelo, assim como exames de imagens, tais como radiografias, por exemplo.

Mas, a palpação do epicôndilo lateral já indica o diagnóstico da lesão.

No caso, as radiografias podem indicar calcificações na região do epicôndilo podem também sugerir o diagnóstico, embora não haja piora do prognóstico quando as calcificações estão presentes.

Além disso, o exame de ultrassom também pode auxiliar no diagnóstico e, por último, a ressonância magnética também pode ser utilizada, sobretudo para diagnóstico diferencial.

Tratamento da epicondilite lateral

Com a suspensão e diminuição dos treinos e/ou atividades que causam repetição dos movimentos, a epicondilite lateral pode apresentar remissão voluntária em até 80% dos casos.

Mas, nos casos em que a patologia não desaparece sozinha, geralmente, o paciente busca diagnóstico e tratamento médico, com o médico ortopedista ou então com o reumatologista.

De fato, medicações analgésicas e anti-inflamatórias são prescritas, em conjunto ao repouso e suspensão das atividades de repetição. No caso específico do tênis, é necessária suspensão dos treinos por um período, até melhora do quadro de dor.

Além disso, outras medidas para melhora da dor são indicadas dentro do programa de fisioterapia tais como crioterapia, laserterapia, eletroestimulação e liberações miofasciais.

Exercícios de fortalecimento, inicialmente sem pesos e depois com pesos, são indicados após o quadro de dor ter sido resolvido. Assim, o fortalecimento na região ajuda ao quadro não se repetir com o retorno aos treinos.

E por último, procedimentos cirúrgicos só são recomendados em casos que não apresentaram uma boa resposta ao tratamento conservador.

2 – Lesão de labrum

O labrum é uma pequena estrutura localizada no ombro e que com o movimento repetitivo ou sobreuso dessa articulação, pode sofrer lesão, denominada lesão de labrum.

Essa estrutura recobre a cavidade glenoide no ombro, ficando próxima à inserção do músculo bíceps.

No entanto, a lesão de labrum é uma lesão difícil de diagnosticar.

De fato, tenistas estão mais propensos à lesão de labrum pois movimentos durante o esporte levam à tração do tendão do bíceps, o que pode resultar em rupturas no labrum.

Porém, o diagnóstico dessa lesão é bastante difícil, visto que os sintomas são bastante vagos. Para o diagnóstico, o ideal é através da ressonância magnética, inclusive com contraste, para visualizar melhor o labrum.

Além das medicações para redução de dor, o quadro de uma lesão de labrum ganha melhora com a fisioterapia, para que haja amplitude de movimento e fortalecimento progressivo.

A cirurgia pode ser indicada quando o tratamento conservador não surte efeito. Geralmente, o procedimento cirúrgico é feito através de artroscopia, ou seja, com pequenos cortes e visualização das estruturas com câmeras de vídeo.

3 – Lesão do manguito rotador

A articulação do ombro possui quatro unidades de músculo-tendão que envolvem sua região anterior, superior e posterior. A essas estruturas dá-se o nome de manguito rotador.

Essa estrutura tem por função a estabilização do osso úmero e equilibrar os movimentos do ombro.

Existem diferentes graus de lesões no manguito rotador, conforme a severidade do comprometimento das estruturas.

Tipos de lesões do manguito rotador

  • Fase 1: nessa fase, as estruturas encontram-se edemaciadas, com dor, mas ainda não há ruptura;
  • Fase 2: aqui entram todas as tendinites e lesões parciais;
  • Fase 3: ruptura completa dos tendões.

Os sintomas variam conforme a fase em que o paciente se encontra. Mas, em geral, resume-se em dor no ombro e dificuldade de movimentação. A dor pode-se estar mais forte, sobretudo no período noturno.

Crepitação também pode estar presente e limitação de movimento, sobretudo movimentos de abdução e rotação do membro superior

Diagnóstico de lesão no manguito rotador

Para diagnóstico desse tipo de lesão, a avaliação física pelo médico ortopedista é essencial.

Exames de imagem, como de radiografias são importantes para o diagnóstico, bem como a ecografia e a ressonância magnética.

Tratamento

Além do repouso, sobretudo das atividades e movimentos repetitivos que pioram a lesão, a utilização de medicações analgésicas e anti-inflamatórias são necessárias para melhora do quadro de dor.

Outras medidas utilizadas na fisioterapia também são bastante úteis, tais como laserterapia, correntes analgésicas e técnicas de fisioterapia manual, por exemplo.

Fortalecimento progressivo também é bastante indicado no caso de lesões do manguito rotador.

E a cirurgia pode ser indicada nos casos mais severos e que não apresentaram boa resposta frente ao tratamento conservador.

Tendinopatias

As tendinopatias são as lesões que envolvem os tendões e como a articulação do ombro e do cotovelo servem de região de inserção de alguns tendões, as tendinopatias podem ser lesões comuns em tenistas.

Essas lesões trazem muita dor ao praticante do esporte e demandam que os treinos sejam suspensos, até melhora do quadro.

O diagnóstico das tendinopatias passa por exame físico, bem como exames de imagens e diagnóstico diferencial de outras lesões que acometem as articulações.

Para o tratamento, além de medicação para dor e anti-inflamatórios, o repouso é essencial, bem como sessões de fisioterapia para fortalecimento muscular progressivo na região.

5 – Tenossinovite do pulso (síndrome de Quervain)

O pulso também é bastante exposto às lesões ortopédicas mais comuns em tenistas. Dentre elas, a tenossinovite, que é a tendinite com inflamação do revestimento da bainha do tendão

Essa condição também é conhecida como síndrome de Quervain ou tendinite de Quervain e afeta os tendões que ligam o pulso ao polegar, que são os tendões abdutor longo e tendão extensor curto do polegar.

Nessa patologia, as mulheres são 10 vezes mais afetadas que os homens.

Além da prática do tênis, outras condições também constituem-se em fatores de risco para o desenvolvimento da tendinite de Quervain.

O principal sintoma é a dor na região do antebraço, de maneira espalhada, na qual o paciente não consegue identificar um único ponto de dor de maneira precisa.

Às vezes, a região pode se apresentar com uma leve tumefação, devido à inflamação local.

Para o seu diagnóstico, o exame clínico é fundamental. Radiografias não são essenciais para o diagnóstico, mas podem ajudar a eliminar outras suspeitas diagnósticas, sobretudo fratura do punho.

Tratamento

Com o diagnóstico, o tratamento inclui a imobilização do punho e do polegar, com uma tala, até que haja diminuição da inflamação local.

A infiltração de corticoides pode ajudar. Mas, geralmente a dor diminui com a administração de analgésicos e anti-inflamatórios.

Por último, o tratamento conservador com fisioterapia tem resultados mais eficazes quando realizados nas primeiras 6 semanas ao aparecimento da dor. A fisioterapia consiste em reduzir os sintomas de dor e inflamação e promover um fortalecimento da região para estabilizr a articulação.

Já a cirurgia pode ser indicada nos casos mais resistentes ao tratamento conservador, quando a resposta não é boa.

Dessa forma, a cirurgia compreende a abertura da bainha fibrosa espessa e estenosada, permitindo o livre deslizamento. Inclusive, a cirurgia pode ser feita em ambulatório, apresentando bons resultados e baixo índice de complicações.

6 – Lombalgia

A lombalgia pode ser bastante frequente em praticante de tenis. Isso se da devido ao fato de ser um esporte que envolve repetidos giros de tronco e deslocamentos laterais. Caso o aluno não tenhm um bom preparo muscular, pode vir a desenvolver dores lombares.

O diagnostico basicamente é feito através de exames clínicos e em casos mais graves onde há irradiação para as pernas, vale um exame de imagem como Raio X ou Ressonancia Magnetica.

O tratamento na esmagadora maioria das vezes é conservador, com uma boa fisioterapia para analgesia e recuperação da mobilidade e força muscular.

7 – Lesões musculares

Dentre as lesões ortopédicas mais comuns em tenistas, as lesões musculares também são bastante comuns.

Afinal, o treinamento contínuo e frequente pode levar a lesões musculares tanto nas coxas (músculo posterior da coxa) quanto lesões musculares no quadril.

Para o diagnóstico, é importante a avaliação física, repouso e fortalecimento muscular progressivo, para que o músculo afetado consiga se recuperar.

A importância da fisioterapia nas lesões ortopédicas mais comuns em tenistas

A fisioterapia é uma forte aliada no tratamento das lesões ortopédicas mais comuns que afetam os tenistas.

Afinal, grande parte das lesões afeta tendões e músculos tanto de ombros, braços e pulsos. Além disso, coluna, quadril e os membros inferiores também podem sofrer com os treinos frequentes.

Após o diagnóstico correto, sessões de fisioterapia devem ser sempre indicadas, para melhora do quadro de dor e evitar que o quadro da lesão evolua.

Assim, o paciente poderá sofrer menos com a dor, bem como ganhar amplitude de movimento e fortalecimento da região afetada.

Em alguns casos, o repouso é necessário, visto que as estruturas comumente envolvidas nas lesões estão inflamadas e necessitam de tempo para recuperar.

Além disso, boa parte das lesões tem prospecto positivo com medicações e sessões de fisioterapia, para reduzir a inflamação local e melhorar o fortalecimento muscular na região.

Como evitar as lesões ortopédicas mais frequentes em tenistas?

A prevenção de lesões é sempre a melhor estratégia para qualquer praticante de esporte, incluindo os tenistas.

Afinal, o tênis é um esporte no qual os membros superiores e inferiores são bastante exigidos e, dependendo do grau de treinamento, as lesões ortopédicas em tenistas acontecem com certa frequência.

Assim, acompanhado de os treinos, sessões de musculação ou pilates direcionados, envolvendo os membros, bem como a musculatura exigida no tênis são sempre necessárias e devem fazer parte do treinamento.

O aquecimento também é importantes, para que o organismo esteja preparado para os impactos sofridos durante o treinamento.

E é essencial não ignorar processos dolorosos. Sempre que alguma articulação ou região mostrar-se dolorosa, é importante diminuir os treinamentos, bem como repousar.

Caso a dor não diminua com aplicação de gelo no local em alguns dias, é importante consultar um médico ortopedista para o diagnóstico preciso da lesão.

Em posse do diagnóstico, o tratamento deve ser feito, com o paciente procurando ter boa aderência às sessões de fisioterapia. O feedback ao médico também é importante, para que, se necessário, um novo planejamento de tratamento seja instituído.

Assim, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos podem ajudar, mas é importante salientar que a cirurgia só é opção nos casos em que o tratamento conservador com medidas analgésicas e fisioterapia não apresentou bons resultados.

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