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Fisioterapia Tendinite De Aquiles

Fisioterapia Tendinite De Aquiles

A tendinite de Aquiles é também chamada de tendinopatia. De uma maneira resumida, a tendinite de Aquiles é a situação de dor na parte de trás do tornozelo.

Essa é a região do chamado tendão de Aquiles, que quando inflamado, resulta na patologia denominada tendinite de Aquiles.

Mas, o que leva a inflamação desse tendão? É possível prevenir essa situação? E como é seu tratamento quando a tendinite de Aquiles se instala? É sobre essas questões que falaremos! Confira!

​ O tendão de Aquiles

O tendão de Aquiles é considerado o tendão mais forte do corpo humano. Ele consegue, de fato, suportar enorme carga (estima-se que esse tendão consiga suportar até 12 vezes o peso da própria pessoa!).

Ele é um tendão fibroso, que une os músculos da panturrilha ao osso do calcanhar.

Quando os músculos da panturrilha se contraem, puxam o tendão de Aquiles, fazendo com que o pé se mova para baixo, bem como quando há necessidade de propulsão, o tendão de Aquiles também é acionado.

Dessa forma, esse tendão é acionado constantemente na movimentação de quem anda, corre ou pratica alguma atividade física.

Com isso, a tendinite de Aquiles pode ser bastante comum tanto em atletas amadores quanto em profissionais do esporte.

Causas da Tendinite de Aquiles

Por ser uma lesão ocasionada sobretudo por esforço repetitivo, a tendinite de Aquiles ocorre em função de um stress crônico sobre o tendão.

Portanto, a lesão é resultado do desgaste do tendão ou ainda, causada pelo envelhecimento.

Sendo bastante comum em corredores, ela é geralmente resultado do treino frequente, com aumento da carga de treino ou da quilometragem.

Embora seja bastante comum em quem pratica a corrida, não está restrita a esse público, podendo afetar qualquer pessoa que pratica atividade física ou ainda, em indivíduos mais velhos.

Ela também está presente em praticantes de outros esportes, tais como saltadores ou ciclistas, por exemplo.

Fatores de Risco para Tendinite de Aquiles

Algumas condições e atividades podem aumentar o risco do aparecimento da tendinite de Aquiles.

Dentre essas condições e atividades, podemos citar:
• Excesso de treino;
• Aumento súbito na intensidade ou volume de treino;
• Alterações anatômicas no pé, como pé chato, por exemplo;
• Forma de caminhar colocando mais força na ponta dos pés, causada por uso frequente de saltos altos;
• Uso de sapatos inadequados, com pouco apoio para o calcanhar (rasteirinhas, por exemplo);
• Prática de corrida em terrenos muito irregulares (corrida de trail, por exemplo);
• Obesidade;
• Comorbidades como diabetes descompensado;
• Hipertensão;
• Uso frequente de antibióticos como fluoroquinolonas;
• Esporões ósseos;
• Envelhecimento sem atividade física preventiva.

Sintomas de Tendinite de Aquiles

O principal sintoma de tendinite de Aquiles é a dor na região traseira do tornozelo e no calcanhar. Mas essa dor pode ser aguda, quando se tenta um movimento, impedindo-o, ou então, em forma de agulhadas, durante o movimento.

Porém, outros sintomas podem também estarem presentes.

O inchaço na região do tendão de Aquiles é um sinal bastante comum no caso de patologias envolvendo o tendão de Aquiles.

A dor, inclusive, pode aparecer em locais diferenciados, podendo aparecer tanto na região de inserção do tendão (tendinite insercional) ou então no meio do tendão de Aquiles.

Outro sintoma bastante frequente é a limitação do movimento, ou seja, o paciente apresenta grande dificuldade de realizar os movimentos e atividades que realizava antes.

Diagnóstico

Para o diagnóstico correto de uma patologia como a tendinite de Aquiles, é necessário consultar o médico ortopedista.

Assim, ao relatar os sintomas apresentados, bem como a história desses sintomas, ou seja, quando os sintomas começaram e sua duração.

Dessa forma, o médico ortopedista também fará exames físicos, avaliando a região e sua movimentação.

Além disso, podem ser solicitados alguns exames de imagem, para facilitar o diagnóstico, embora esse diagnóstico seja eminentemente clínico.

Dentre os exames de imagens que podem ser solicitados estão exames de raios-X ou então ressonância magnética, sobretudo se há desconfiança de outras lesões presentes, como esporões no calcâneo.

No caso dos exames de raios-X, eles são importantes para verificar a calcificação do tendão de Aquiles, visto que calcificações aparecem de forma clara em exames de raios-X.

Já a ressonância magnética é um exame muito importante caso haja uma necessidade cirúrgica para tratamento da lesão. Com ela, os procedimentos cirúrgicos podem ser planejados com maior clareza.

​Tratamento da Tendinite de Aquiles

Diagnosticado o problema, o tratamento da tendinite de Aquiles deve ser instituído rapidamente para que a lesão não progrida, ficando crônica.

De fato, dores na região do tendão de Aquiles não devem ser ignoradas ou mascaradas, com o objetivo de sanar o problema e não torná-lo crônico.

Medicação apropriada

O tratamento inicia-se com o alívio dos sintomas, com a prescrição pelo médico ortopedista de analgésicos e anti-inflamatórios.

Embora muitas pessoas optem, erroneamente, pela automedicação, é importante frisar que qualquer medicação deve ser prescrita somente pelo médico ortopedista.

Além disso, é importante o paciente ter paciência, visto que o a diminuição da dor pode demorar alguns dias.

Descanso

Outras medidas também fazem parte do tratamento. A começar, pelo descanso.

O paciente deve fazer repouso se a dor estiver muito forte ou, ao menos, restringir as atividades físicas enquanto a dor estiver aguda.

​Mudança para atividades físicas de menor impacto

Uma alternativa é evitar stress direto no tendão de Aquiles e optar por atividades que tragam menor carga direta ao tendão de Aquiles.

Essa opção deve ser oferecida para atletas amadores ou profissionais, que não podem ou conseguem ficar longe de atividades físicas, mesmo quando com dor.

Boas opções de atividades de menor impacto incluem a natação e o elíptico, por exemplo.

Aplicação de gelo no local

A aplicação de gelo na região do tendão de Aquiles é outra excelente forma de iniciar o tratamento, visto que o gelo causa vasoconstrição, diminuindo o edema local.

Além disso, a aplicação de gelo no local também tem efeito analgésico, o que ajuda a aliviar a dor na região.

Aplicar gelo no local por 15 minutos, ao menos 3 vezes ao dia

Alongamentos

Os alongamentos que envolvem os músculos da panturrilha devem fazer parte do plano de tratamento e o paciente pode fazê-los em casa, de maneira constante.

A grande vantagem dos alongamentos é reduzir o estresse na musculatura e serem exercícios fáceis de serem feitos, sem a necessidade de complexos equipamentos.

No máximo, é importante orientar o paciente o posicionamento certo para realizar a sequência de alongamentos e contar com a ajuda de uma faixa ou toalha, para conseguir realizar o alongamento de maneira correta.

Exercícios de Fortalecimento

Como parte de um programa de reabilitação, os exercícios de fortalecimento devem ser feitos. A princípio, esses exercícios devem ser orientados por um fisioterapeuta.

Somente com a observação da execução correta do movimento, o paciente estará liberado para poder fazer os exercícios de fortalecimento em casa, sobretudo relacionados ao fortalecimento excêntrico.

​A importância da fisioterapia no tratamento do tendão de Aquiles

A fisioterapia é a grande aliada para lesões no tendão de Aquiles. Isso porque, além de ter medidas analgésicas, um bom programa de fisioterapia leva ao fortalecimento da musculatura local, fazendo com que o stress direcionado ao tendão seja menor.

Por isso, qualquer pessoa que já teve alguma lesão na região do tendão de Aquiles deve focar nas sessões de fisioterapia, como forma de tratamento e de prevenção de futuras lesões.

Estudos mostram que a tendinite não-insercional, ou seja, aquela que a dor aparece no meio do tendão de Aquiles e não na região de inserção do tendão, apresenta resultados superiores com a fisioterapia.

Porém, todo o programa de fisioterapia deve ser individualizado, baseado nas condições do paciente, não somente anatômicas, mas também de evolução do tratamento em si.

A começar, quando o paciente vai à clínica de fisioterapia e ainda está com dor, medidas analgésicas podem ser instituídas pelo profissional fisioterapeuta.

Dentre essas medidas, podemos citar correntes analgésicas, técnicas manuais de liberação muscular e pensando em estimular a cicatrização e reduzir a imflamação costumamos indicar a laserterapia.

À medida que o tratamento fisioterápico progride, outras medidas podem ser tomadas, para focar no retorno do paciente às atividades físicas, com a volta da mobilidade.

A cirurgia é necessária para tendinite de Aquiles?

A resposta para essa pergunta é “depende”. Isso porque a maioria dos casos de tendinite de Aquiles resolve-se bem com o tratamento conservador.

Porém, em alguns casos, para os quais o tratamento conservador não obteve resultados positivos e o paciente ainda sente dor, 6 meses depois do tratamento conservador ter sido instituído, a indicação cirúrgica pode ser necessária.

A cirurgia também é muito indicada em casos de rotura parcial ou total do tendão, algo comum em casos de trauma local.

Rotura tanto total quanto parcial são mais frequentes também em indivíduos que apresentam tendinite de Aquiles preexistente ou persistente, para a qual não foi instituído o tratamento.

Atletas homens, de meia idade, são a população mais atingida pela rotura do tendão de Aquiles.

O procedimento cirúrgico pode ter duas abordagens, ambas realizadas em ambulatório.

Abordagem por via percutânea

Nesse tipo de abordagem, trata-se de um procedimento minimamente invasivo, no qual são realizadas pequenas incisões, por meio das quais o tendão de Aquiles é suturado.

Abordagem por via aberta

Método tradicional, no qual a área é aberta para completa visualização das estruturas e o cirurgião realiza a retirada dos tecidos afetados, suturando o tendão de Aquiles afetado.

Quando há o procedimento cirúrgico, é necessário que a área seja imobilizada com uma tala, ou bota específica para isso. Então, nos primeiros dias, o paciente não colocará peso na perna operada.

Entretanto, a fisioterapia iniciará logo após a cirurgia para evitar o surgimento de problemas relacionadas ao procedimento cirúrgico, tais como surgimento de trombos, por exemplo.

Após 6 semanas, dependendo da boa evolução do caso, já é possível colocar peso sobre a perna operada. A mobilização do tornozelo é bastante estimulada pela fisioterapia.

Ou seja, o paciente operado também fará tratamento fisioterápico até conseguir voltar a movimentar-se de maneira adequada.

Como evitar a tendinite de Aquiles?

Prevenir um problema é sempre a melhor estratégia e isso é bem verdade quando se trata da tendinite de Aquiles.

Para que essa patologia possa ser prevenida, alguns cuidados são necessários:

• Controle o ritmo e volume dos treinos;
• Evite a subida excessiva no volume ou ritmo de treinos;
• Não muda de panorama de corrida em pouco tempo, ou seja, não saia de uma prova de 5 km para já querer correr uma meia-maratona ou maratona, por exemplo;
• Invista em fortalecimento muscular adequado e orientado por um profissional;
• Ao primeiro sinal de dor, diminua a carga de tratamento;
• Se a dor não passar com repouso e gelo, procure orientação médica ortopédica;
• Com o diagnóstico de tendinite de Aquiles, siga o plano de tratamento adequado;
• Compareça às sessões de fisioterapia;
• Não utilize saltos altos por períodos prolongados;
• Faça alongamentos frequentes das pernas e região das panturrilhas, sobretudo se você fica parado (a) por muito tempo;
• Mantenha-se dentro do peso ideal para sua idade e altura;
• Pratique atividades físicas regularmente;
• Só volte a prática esportiva, caso você já tenha tido dor no local, após liberação do médico ortopedista.

Com essas ações, você consegue prevenir a tendinite de Aquiles ou evitar que ela se torne crônica.

Conclusão

Uma lesão bastante comum em praticantes de corrida, a tendinite de Aquiles é a inflamação do tendão localizado no tornozelo, o qual liga os músculos da panturrilha até o calcanhar.

É fundamental que o diagnóstico dessa lesão seja feito e que a fisioterapia seja uma forte aliada na recuperação do paciente.


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