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Luxação no Ombro: Causas, Sintomas e Tratamento

A luxação do ombro é uma lesão ocasionada pelo rompimento do contato entre as superfícies da articulação do ombro, também chamada de articulação glenoumeral. Essa perda de contato se dá pelo deslocamento da cabeça do úmero, que pode ser anterior (para a frente), posterior (para trás), superior (para cima) ou inferior (para baixo).

Se você é um atleta e costuma praticar esportes como vôlei ou outros esportes de contato, certamente já presenciou ou mesmo já sofreu alguma lesão no ombro e é bem provável que tenha sido um deslocamento.

O deslocamento pode se dar em ambos os ombros e pode ser também de forma parcial, chamado então de subluxação.

Abaixo veremos um pouco mais detalhadamente sobre essa lesão, suas causas, sintomas e tratamentos. Veja a seguir!

Anatomia do Ombro

O ombro é formado pela escápula, o úmero e a clavícula e suas articulações, sendo nesta parte a incidência das luxações. A luxação pode atingir qualquer uma destas, podendo ser a articulação glenoumeral ou nas articulações acessórias.

De modo geral, podemos dizer que uma luxação pode variar de uma distensão até uma rotura parcial ou rotura ligamentar completa.

O ombro luxado é uma situação complexa, que exige atuação médica imediata no sentido de a reduzir. O termo redução é usado para especificar o ato de recolocar o ombro na posição anatómica original.

Causas da Luxação do Ombro

Uma luxação pode se desencadear por diversos fatores, sendo mais comuns em adultos, provenientes de traumas. É muito comum ver atletas sofrerem luxações, especialmente em esportes de contato ou que devido a um trauma com musculação ou levantamento de peso.

O ombro é uma articulação na qual a frequência de lesões no esporte é alta, o que pode originar inflamações, fibroses e estiramentos e outros tipos de lesões. De acordo com algumas pesquisas já apresentadas sobre o assunto, cerca de 75% das lesões no esporte estão relacionadas aos membros superiores e a articulação do ombro é a mais acometida, sendo queixas assíduas entre os praticantes e podem ter como principal causa movimentos repetitivos, postura inadequada, arremessos e impactos durante as atividades.

Isso se dá pelas características dos movimentos realizados, especialmente os movimentos repetitivos em alguns esportes que acabam aumentando o esforço no músculo.

O quadro de luxação, ainda que não seja tão comum, pode vir a acontecer em crianças e bebês, embora com menos frequência. É comum algumas mães pegarem os filhos por um dos braços e levantá-los ao colo, até mesmo bebês pequenos, essa prática é perigosa pois pode levar ao deslocamento do ombro e neste caso a grandes chances das crianças desenvolver a luxação reincidente, além de outras complicações, como deformidades e perda da mobilidade.

Sintomas da Luxação de Ombro

Os principais sintomas que surgem com uma luxação são a dor de forte intensidade e uma deformidade no ombro. Juntamente a isso o indivíduo apresenta perda da mobilidade do membro em relação ao tipo de luxação que ocorreu, assim, pode ser:

– rotação lateral e abdução– na luxação anterior;
– rotação medial e adução – na luxação posterior;
– abdução superior a 90ª – na luxação inferior.

Diagnóstico da Luxação de Ombro

O diagnóstico dessa lesão é feito em geral pelo ortopedista que irá utilizar do exame físico e exames de imagem para comprovação do quadro. Neste caso podem ser solicitados exames como:

– radiografia (RX)
– tomografia axial computorizada (TAC)
– ressonância magnética (RM)

Se você quer saber como identificar inicialmente uma luxação, saiba que o principal sintoma será uma dor aguda muito forte que irá se irradiar para o braço, seguida de perda de movimento. É nítida a deformidade do ombro, que ficará fora de posição perdendo a curvatura. Em alguns casos pode haver dormência do braço, o que indica compressão dos nervos.

Qual o Tratamento

O tratamento da luxação irá ser feito a partir da avaliação e posterior determinação da posição desta, no caso da posição em que a cabeça do úmero se encontra, havendo ainda a necessidade de exclusão de outras lesões associadas.

Feito isso o médico irá colocar o ombro deslocado no lugar, com o procedimento chamado de redução do ombro.

Que nada mais é do que o movimento de tração sobre o membro afetado de forma a devolver a cabeça do úmero para a sua posição anatómica habitual.
Obviamente que esse procedimento não deve ser feito por qualquer um, assim, caso seja acometido pelo problema procure um médico especialista.

Várias são as técnicas utilizadas pelo ortopedista para a redução da luxação, a escolha varia de acordo com o tipo da luxação, condição clinica do paciente e preferencia do profissional.

Após a redução, será feita a imobilização do ombro luxado, com uma tipóia específica, onde este será suspenso de modo a permanecer junto ao corpo, se mantendo estável e protegido.

O médico poderá receitar ainda o uso de medicamentos anti-inflamatórios para aliviar a dor e inflamação. É muito indicada e tem um papel muito importante na redução de dor e inflamação, a aplicação de bolsa de gelo na região.

Após a redução conservadora, o paciente será encaminhado à fisioterapia.

É comum algumas vezes o desenvolvimento de rigidez extrema, que dificulta a atuação efetiva do tratamento. Esse quadro é chamado de capsulite adesiva ou “ombro congelado”, e se caracteriza pelo surgimento de dor e rigidez da articulação do ombro, além de dificuldade em mover o braço.

A capsulite adesiva atinge boa parte da população geral, principalmente após os 40 anos de idade, devido ao longo tempo com uso repetitivo e sobrecarga na articulação do mesmo, com incidência sobre o ombro não dominante. Ou seja, se a pessoa é destra atinge mais frequentemente o ombro esquerdo, por sua vez, se a pessoa é canhota é mais afetado o ombro direito. Ainda que muito raramente, pode acometer os dois membros, contudo é uma possibilidade.

Nesta situação, a fisioterapia é muito indicada e tem como objetivo devolver os movimentos e melhorar o quadro álgico. Uma infiltração pode ser indicada para a resolução do problema e quando não for suficiente pode ser indicado o procedimento cirúrgico para uma melhor efetividade.

Seguindo, após o período de recuperação inicial, onde será abordada a analgesia e recursos antiinflamatórios, o fisioterapeuta irá proceder a realização de exercícios para desenvolver o fortalecimento da musculatura do ombro, além da ativação dos estabilizadores passivos (ligamentos).

Em certos casos pode ser necessária a realização de um procedimento cirúrgico, contudo, esse procedimento só se indica em situações em que não é possível a recolocação do membro por manipulação ou quando é uma luxação recidivante.

Luxação Recidivante

Pode ocorrer em alguns casos de a lesão voltar a ocorrer, neste caso, chama-se de luxação recidivante. Essa situação é mais comum em casos de indivíduos que sofreram o 1º episódio de luxação antes dos 30 anos.

A luxação recidivante pode se tornar um problema grave, uma vez que a habitualidade acaba por tornar o deslocamento do ombro mais fácil e consequentemente dificulta a sua resolução, ainda que de forma cirúrgica.

O procedimento cirúrgico tem como intuito a estabilização do ombro e pode ser realizado de duas formas, a primeira é a cirurgia de Bankart, onde ocorre a reparação das estruturas danificadas pela luxação, o labrum e o ligamento gleno-umeral inferior, considerados os principais estabilizadores do ombro.

O segundo é a operação de Latarjet consiste em formar um batente ósseo, fixando com 2 parafusos um pequeno enxerto transferido da coracóide e impedindo assim a luxação da cabeça.

O procedimento cirúrgico como dito anteriormente é pouco recomendado, porém, com a evolução do procedimento, hoje já é realizado de forma minimamente invasiva, com isso o paciente tem uma recuperação menos doloroso e mais rápida.

Para os atletas, após a recuperação o período para retorno as atividades variam entre 4 a 6 meses.

Prevenção

Como a lesão no ombro se dá geralmente pelo impacto causado, a melhor forma de prevenção são os exercícios regulares de reforço e fortalecimento dos músculos de toda a região, além de treino propriocetivo.

Atletas devem manter uma rotina adequada e evitar movimentos que exerçam mais do que o membro consiga aguentar. Em caso de indivíduos que já tenham sido acometidos pela luxação, este deve se atentar a evitar posições e movimentos que possam favorecer a luxação.

Exercícios para Fortalecimento

Existem muitas técnicas fisioterapêuticas e treinamentos destinados ao fortalecimento da musculatura articular, cada uma delas destinada a uma área específica do membro, dentre eles podemos citar os chamados movimentos pendulares e os movimentos de mobilização da cintura escapular.

Movimentos de baixo impacto e possibilitam uma recuperação adequada e eficiente do membro afetado.

Um programa específico de exercícios será proposto e desenvolvido de acordo com a fase e quadro clinico em que o paciente se encontra. Inicialmente serão prescritos movimentos das articulações adjacentes (cotovelo e punho), preservando a fase aguda do ombro, porém mantendo a mobilidade e força do restante do membro superior acometido.

Concomitantemente serão utilizados recursos de analgesia e diminuição da inflamação, além de orientações específicas para casa. Reestabelecer os movimentos do ombro após dias de imobilização é fundamental para evitar a rigidez indesejada. Assim que liberados, esses movimentos serão iniciados, primeiro passivamente e assim evoluindo para ativo assistido e finalmente ativos livres. Exercícios de força muscular também passarão por uma periodização de acordo com as cicatrizações teciduais e condições do paciente e essa fase é fundamental para reestabelecer as condições de estabilidade do ombro. Muitos músculos estão envolvidos e cada um deles deve ser trabalhado em sua particularidade com evolução de exercícios isométricos para concêntricos e excêntricos com carga. Trabalhar a função ligamentar é também de suma importância tendo em vista que são os tecidos principalmente acometidos e que fazem a estabilidade passiva da articulação, evitando as tão temidas recidivas.

FISIOTERAPIA DE QUALIDADE É ESSENCIAL PARA ESTA REABILITAÇÃO TÃO IMPORTANTE!

Como podemos ver, uma luxação no ombro, ainda que não seja necessariamente um problema grave, quando não tratada devidamente pode sim se tornar uma lesão mais complicada. Ao longo do tempo ela pode se tronar recorrente e de difícil reparação mesmo por cirurgia.

Especialmente em atletas é algo a ser observado com cuidado pois em alguns casos, ainda que não muito frequentes, pode exigir que o atleta faça alteração das suas atividades ou mesmo uma adaptação da modalidade desportiva.

A articulação do ombro é severamente exigida na prática de alguns esportes, especialmente em exercícios de musculação devido sua amplitude de movimentos, onde são trabalhos vários conjuntos musculares como nos exercícios para peitoral, costas, trapézio, bíceps, tríceps, dentre outros.

Por isso a atenção na execução destes movimento é muito importante, além da observação de um profissional responsável para garantir o melhor aproveitamento, não só prevenindo uma lesão no ato da atividade, mais também uma lesão futura.

O mais indicado é a prevenção, feita por meio de exercícios de fortalecimento e propriocepção especialmente para atletas que estão mais sujeitos aos problemas.

É sempre bom lembrar ainda que o movimento de recolocação do ombro deve ser feito unicamente por um profissional qualificado, pois a o risco de haver outras lesões adjacentes se feito de forma incorreta.

Caso precise de auxílio profissional para cuidar de uma lesão no ombro ou mesmo de um acompanhamento preventivo, entre em contato com nossa equipe pelos canais de comunicação.

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