A osteofitose, popularmente conhecida como bico de papagaio, afeta um grande número de pessoas ao redor do mundo. É uma patologia mais comum em indivíduos acima de 50 anos e afeta mais as mulheres.
Mas o que é osteofitose? Como é feito o seu diagnóstico? Esse quadro tem cura? E como é seu tratamento?
É sobre essas questões que falaremos, com tudo que você precisa saber sobre bico de papagaio, confira!
O que é osteofitose?
Conforme já dito, a osteofitose recebe o nome popular de bico de papagaio.
Na verdade, a osteofitose é uma alteração que acomete as articulações e pode trazer muita dor aos pacientes.
Esse nome, bico de papagaio, se deve ao aspecto radiográfico da osteofitose, que lembra o bico da ave.
De fato, a osteofitose pode ser considerada uma tentativa de defesa do organismo, que em virtude de várias razões, como envelhecimento, má postura ou deslocamento do disco, tenta manter a estabilidade da articulação.
Assim, formam-se os osteófitos, que no aspecto radiográfico, lembram um bico de papagaio.
Sintomas
O principal sintoma da osteofitose é a dor na região onde ela ocorre.
Por isso, as principais regiões que apresentam osteofitose são justamente, as regiões da coluna mais sujeitas a problemas, que são a região lombar e a região cervical.
No entanto, é possível também encontrar osteofitose nas demais articulações.
Com a formação dos osteófitos, pode haver compressão das terminações nervosas localizadas na coluna vertebral.
Assim, os sintomas de formigamento dos membros (inferiores, no caso da lombar e superiores, no caso da cervical), bem como fraqueza muscular também podem estar presentes.
A sintomatologia pode variar muito, dependendo de onde é a lesão e como a pessoa lida com ela.
Pessoas que quando surgem os primeiros sintomas buscam atendimento médico ortopédico, tem o diagnóstico correto e seguem fazendo o tratamento, envolvendo mudanças de hábitos e fisioterapia, costumam ter a longo prazo menos dor do que as que não fazem isso.
No entanto, os principais sintomas da osteofitose são bastante parecidos com outros problemas na coluna e lesões articulares. Daí a importância do diagnóstico adequado em cada caso.
Causas da osteofitose
Existem várias razões para um indivíduo apresentar osteofitose. Vamos falar sobre as principais causas.
1 – Envelhecimento
Com o envelhecimento, há um desgaste natural das articulações em todo o corpo e isso também afeta as vértebras.
Dessa forma, pessoas de mais idade correm maior risco de terem o desgaste do disco intervertebral, localizado entre as vértebras e que serve de amortecimento para os impactos sofridos pela coluna.
Uma vez que o disco se desgaste, as vértebras têm menor alívio do impacto e isso pode levar à formação dos osteófitos.
2 – Má postura
Uma das principais causas que levam à formação do bico de papagaio, sobretudo em indivíduos de idade mais jovem, é a má postura.
Indivíduos que ficam sentados, o dia todo, em posições errada, ou então tem a tendência de ficar longas horas com a cabeça curvada para baixo, vendo a tela do celular, por exemplo, podem apresentar osteofitose em idade mais jovem.
3 – Predisposição genética
Há casos em que diversos membros da família sofrem de osteofitose.
Embora os hábitos e as condições ambientais influenciem, a genética pode contribuir para a formação de osteófitos.
4 – Alcoolismo
Já se sabe que o consumo frequente de álcool traz uma série de malefícios ao organismo e os problemas na coluna estão justamente nesse grupo de consequências maléficas.
5 – Tabagismo
Assim como o alcoolismo, o tabagismo é outro hábito ruim que leva a uma série de problemas, dentre eles, os problemas na coluna vertebral.
6 – Obesidade
As articulações devem suportar um peso adequado. Portanto, pessoas com sobrepeso e obesidade tendem a apresentar grades problemas articulares, em virtude da sobrecarga.
7 – Sedentarismo
Junto com a obesidade, a falta da prática de atividade física regular e de maneira apropriada pode levar a muitos problemas articulares.
Inclusive, para quem já tem lesões articulares, como a osteofitose, é essencial a prática regular de atividades físicas que melhorem no condicionamento, força e relaxam a musculatura que geralmente apresenta-se tensionada e contraída, aumentando os sintomas dolorosos.
8 – Doenças reumáticas
As doenças reumáticas trazem alterações às articulações do organismo e o aparecimento de osteófitos pode ser comum.
É importante citar que, muitas vezes, várias dessas causas estão presentes juntas, em um mesmo paciente e acabam uma retroalimentando a outra.
A obesidade e o sedentarismo, por exemplo. O paciente acima do peso não pratica atividade física, o que não ajuda ele a perder peso e a trabalhar a musculatura que sustenta as articulações adequadamente.
O envelhecimento e as doenças reumáticas também são outro exemplo, uma vez que essas doenças atingem, em maior quantidade, pessoas com mais idade.
9 – Fraturas
Fraturas articulares odem a longo prazo evoluir com a presença de osteofitos. Isso ocorre devido a calcificação que muitas vezes pode ser “desorganizada” e gerar essas espículas ósseas.
Diagnóstico
O diagnóstico da osteofitose é feito pelo médico ortopedista.
Geralmente, o paciente procura o médico porque apresenta dores e limitação do movimento, além de perda da qualidade de vida.
O médico ortopedista, então, avalia fisicamente aquele paciente, conversa com ele sobre seus hábitos e solicita alguns exames de imagem.
Dentre esses exames, podemos citar os exames de raios-X e a ressonância magnética.
E com isso, o diagnóstico de osteofitose é dado.
O grande problema é que muitas vezes o paciente já convive com aquela dor e não buscou diagnóstico ou tratamento adequando quando a lesão estava em fase incipiente.
Muitas vezes, os pacientes relatam que já convivem com dores há vários anos e lidam com “autoprescrição” de analgésicos e relaxantes musculares, que agora não fazem mais efeito. Por isso, eles buscam o médico ortopedista.
Mas, vale lembrar que se o médico ortopedista fosse procurado antes e o paciente tivesse feito o tratamento proposto, as frequentes crises de dor teriam diminuído consideravelmente.
Tratamento
Existem duas fases do tratamento: primeiramente, quando o paciente procura diagnóstico e tratamento em função de uma grave situação aguda de dor.
Já na segunda fase, o tratamento é quando o paciente já não apresenta dor ou o tratamento anterior não surtiu resultado, resultando em dor crônica.
Nessa primeira fase, é essencial retirar o paciente do quadro agudo de dor.
Para isso, o médico ortopedista poderá prescrever analgésicos específicos e anti-inflamatórios, para que o paciente melhore.
Embora muitas pessoas acreditem que o repouso no caso de dores agudas de coluna seja a melhor alternativa, o repouso só é indicado nos primeiros dias.
Inclusive, pessoas que têm casos crônicos devem buscar tratamento e não ficarem prostradas na cama, na esperança que o repouso traga alívio para as dores.
Também nessa fase aguda, sessões de fisioterapia são essenciais, em virtude de procedimentos analgésicos tais como liberações musculares, correntes analgésicas, laserterapia e exercicios específicos.
Quando o paciente chega na segunda fase, a fisioterapia também é importante, pois com ela, busca-se melhor postura e fortalecimento da musculatura que sustenta a articulação acometida.
Com sessões frequentes, o paciente tende a apresentar melhora significativa da sintomatologia e em muitos casos prevenir a evolução do problema.
Vale lembrar que o desgaste sofrido pela articulação é irreversível. Ou seja, não há uma forma de “retirar” o bico de papagaio de maneira conservadora, apenas com cirurgias, mas ela muitas vezes não é indicada.
O tratamento cirúrgico pode ser indicado em casos em que o paciente já tentou o tratamento mais conservador, sem sucesso ou que há sinais de desalinhamento progressivo da coluna, com dor intensa e alteração de força e sensibilidade nos membros adjacentes.
Nesse tipo de cirurgia, opta-se pela colocação de próteses, no local do disco afetado, ou então pela fusão vertebral. Além disso, também são utilizados enxertos ósseos e parafusos, para estabilização da coluna.
Antigamente, as cirurgias na coluna eram extremamente ariscadas. Mas hoje, com a evolução das técnicas cirúrgicas minimamente invasivas e com a evolução de materiais para implantes, a indicação cirúrgica tem risco menor.
No caso da osteofitose instalada em outras articualções, nomrlamnete ela virá acompanhada de um desgaste severo e que em alguns casos necessita de substituição articular ou artroscopia para limpeza da região.
Após a cirurgia, o paciente deve fazer diversas sessões de fisioterapia, para conseguir retomar a movimentação adequada da região.
Osteofitose tem cura?
Não, a osteofitose não tem cura. O que se tem é um tratamento adequado, com a inter-relação da medicina ortopédica e da fisioterapia, para melhorar o quadro do paciente e para que, a longo prazo, aquele paciente não volte a ter crises tão graves.
É importante também entender que a prevenção para problemas articulares é sempre importante e a busca do tratamento adequado quando surgem os primeiros sintomas, é essencial para a não-evolução do quadro.
Como se previne bico de papagaio?
A prevenção da osteofitose, bem como de qualquer problema articular, passa por uma série de ações importantes.
• Mantenha-se dentro do peso para sua altura e idade;
• Pratique atividades físicas regulares adequadas, sempre que possível sob a supervisão de um profissional;
• Evite o uso de saltos altos durante longo tempo;
• No trabalho, sempre que possível, opte por cadeiras ergonômicas e faça pausas para movimentar as articulações;
• Deixe de fumar e controle a ingestão de bebida alcoólica;
• Ao primeiro sinal de dor, não busque indicações de remédios de amigos. Busque um especialista para um diagnóstico e tratamento corrertos.
• Faça as sessões de fisioterapia indicadas.
Por que a fisioterapia é importante no tratamento de bico de papagaio?
A fisioterapia é um forte aliado no tratamento da osteofitose.
Primeiramente, o fisioterapeuta faz uma anamnese detalhada com o paciente, indagando sobre a história da doença, bem como os hábitos daquele paciente e seu trabalho, por exemplo.
Dessa forma, um tratamento personalizado é estabelecido para aquele paciente, levando em consideração o estágio do seu quadro e seus sintomas.
Os principais objetivos do tratamento fisioterápico no caso de bico de papagaio são:
• Alívio da dor;
• Redução da inflamação local;
• Melhorar o condicionamento físico;
• Adequação da postura;
• Correção mecânica de movimentos do dia a dia, como levantar, sentar e pegar objetos;
• Mobilidade da região afetada;
• Reestabelecer a movimentação adequada;
• Corrigir a fraqueza muscular.
A ocorrência de osteofitose é muito comum, sobretudo em indivíduos acima de 50 anos, afetando mais as mulheres.
Quando surgem sintomas dolorosos, é essencial buscar o diagnóstico correto e o tratamento adequado.
Hábitos de vida saudáveis, como a prática de atividades físicas adequadas, postura correta, manutenção do peso e não fumar, podem ajudar sensivelmente a não piorar casos incipientes.
Além disso, a fisioterapia pode ser uma grande aliada, uma vez que o fisioterapeuta atua na melhora do quadro de dor, redução da inflamação e na melhora da postura do indivíduo.
Apresenta dor nas costas? Saiba que a fisioterapia pode melhorar muito seu quadro de dor.